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A história de um novo nariz e a importância de avaliar muito bem uma cirurgia plástica

By 11 de dezembro de 2015Nenhum comentário

O relato abaixo é uma mensagem valiosa para quem deseja se submeter a uma cirurgia plástica. A autora, que sempre desejou mudar seu nariz, percebeu depois que aquele era um traço fundamental de sua personalidade. Lembre-se sempre: cirurgia plástica deve ser muito bem avaliada!

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Eu me arrependo da minha cirurgia plástica

Meu desespero juvenil por um novo nariz se tornou em um saudosismo adulto

O segundo pensamento que passou pela minha cabeça quando dei de cara com uma porta de vidro foi “Sim, aposto que agora consigo uma cirurgia plástica no nariz de graça!”. (O primeiro, obviamente, foi como aquilo era desconcertante e incrivelmente dolorido.)

Eu odiei meu nariz por quase toda a minha vida. Não me importava que ele fosse, de certas maneiras, parte da minha identidade, um traço que eu tinha em comum com minha falecida mãe, que era judia. Eu desejava um nariz pequeno, digno de uma estrela de cinema. Todas as vezes que elogiavam meus belos olhos castanhos tudo o que escutava eram críticas veladas ao meu nariz hediondo. Para mim era algo próximo da obsessão.

A protuberância no topo do meu nariz se misturava a um desvio no fim dele e faziam me considerar uma pessoa hedionda. Quando descobri que narizes e orelhas nunca param de crescer, quase entrei em pânico. Soa ridículo agora, mas na época estava certa de que nunca encontraria alguém disposto a casar com alguém com a minha aparência.

Cirurgia plástica não é barata. Para me submeter a uma rinoplastia é preciso investir muito dinheiro. Então quando, de forma estúpida, consegui bater minha cara na porta e escutei o barulho de fratura no meu nariz, não demorei muito para deixar de chorar e perceber minha sorte: o seguro cobriria minha rinoplastia corretora.

Com o raio-x e notas dos médicos em mãos, marquei uma consulta com um cirurgião plástico certificado e dei início ao processo. Planejei a data da minha cirurgia para coincidir com o feriado Natal e passei a contar os dias para o meu novo rosto. Até logo, protuberância!

A cirurgia foi rotineira e acordei me sentindo um pouco mal, mas meu namorado na época (hoje marido) pôde me levar para casa algumas horas depois. Fiquei com dois “tampões” nas narinas nas primeiras 24 horas, mas consegui dormir com a medicação para dor. Depois de mais alguns dias com bandagens voltei ao consultório para a grande revelação, apenas dois dias antes do Natal.

O cirurgião plástico avisou que ainda haveria algum inchaço, mas assim que ele retirou as bandagens e pude ter o primeiro vislumbre do meu novo rosto. De certo modo era surreal. O meu reflexo no espelho era muito diferente do que na semana anterior. Não conseguia deixar de olhar e sorrir, virando o rosto de lado a lado, sem protuberância ou desvio. Apenas uma linha reta e uma ponta adoráveis. Meu nariz novo era um ângulo agudo perfeito e glorioso.

Entretanto, conforme o tempo passou, comecei a sentir saudades do meu nariz antigo. Isso me parecia tão ridículo que apenas tentei refutar este sentimento. Passei anos e anos esperando para me livrar dele e eu sabia que minha aparência estava muito melhor. Mas não se parecia comigo e isto era um sentimento perturbador. Aquilo que me causava angústia acabou por se revelar parte integral da minha identidade. Ao me fixar tanto nesta característica eu havia me recusado a perceber a beleza da imperfeição. Eu havia exageradamente tornado uma pequena protuberância em algo incapacitante.

Agora que tenho filhos e vejo que eles têm o mesmo nariz que eu tinha quando bebê, me pergunto se eles irão crescer e se parecer comigo, com o meu eu antigo. O que direi a eles quando perguntarem da onde veio o meu nariz? Irei entregar tudo e explicar os detalhes ou direi apenas parte da verdade, colocando a culpa na porta de vidro? Ou apenas assumirei meu arrependimento? O plano é assumir e espero que, neste mundo lotado de Kardashians e E! Networks, minhas crianças se rebelem e fiquem com seus eus verdadeiros. Espero que meu exemplo sirva de lição.

De qualquer forma, avisarei meus filhos sobre os perigos de uma porta de vidro!

Publicado por Jenn Morson e traduzido do site GoodHouseKeeping. Leia o original aqui.