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Cirurgia plástica: será que devo?

By 29 de dezembro de 2016Nenhum comentário

São muitos e altamente variados os motivos que levam as mulheres a buscar uma cirurgia plástica. A grande maioria, no entanto, procura por um especialista nesta área para melhorar seu aspecto físico e, consequentemente, sua autoestima. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e a International Society of Aesthetic Plastic Surgery, as cirurgias estéticas mais realizadas são a lipoaspiração e as cirurgias mamárias. Tais procedimentos são mais procurados por mulheres entre 20 e 50 anos.

 

Paulo Renato Simmons de Paula, professor adjunto de Cirurgia Plástica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás e membro especialista e titular da SBCP, diz que essa procura pode ser ocasionada por uma alteração física que causa desconforto à mulher, como mamas muito pequenas (hipomastia) ou muito grandes (hipertrofia mamária), um nariz grande ou orelhas em abano. “Muitas vezes, a paciente apresenta uma desproporção corporal, como um culote grande, e busca a cirurgia como forma de harmonização de seu corpo para se sentir melhor”, explica o médico.

 

O professor enfatiza que muitas mulheres que apresentam alterações abdominais decorrentes da gestação, como aumento do volume cutâneo e flacidez da musculatura abdominal (diástase abdominal), encontram na cirurgia plástica uma solução para melhorar seu contorno abdominal e harmonia corporal. Segundo ele, o aumento da expectativa de vida e do trabalho na terceira idade também tem levado muitas pacientes a buscar a cirurgia para melhorar sua aparência e o desgaste causado pela idade ou outros fatores, como o sol.

 

“Atualmente temos visto também um grande crescimento na procura de cirurgias plásticas por pacientes que apresentam grande perda de peso, como é o caso da pós-cirurgia bariátrica. Esses pacientes apresentam excesso de pele em várias áreas corporais, como abdômen, mamas, coxa, braço, face e dorso”, comenta.

 

Em relação aos procedimentos mais realizados nas mulheres, o cirurgião relata que cirurgia específicas são mais comuns em determinadas idades, mas não exclusivas. Em crianças após os seis anos de idade, as cirurgias estéticas mais frequentes são aquelas para correção de orelhas em abano. Após os 17 anos, a cirurgia mais comum é a mamária (seja para redução ou aumento dos seios) e a lipoaspiração.

 

“Porém, em pacientes adolescentes, estes procedimentos só devem ser realizados naquelas que apresentam maturidade, compreendem a dimensão do procedimento e o tempo de recuperação, tenham expectativas reais e estejam preparadas para possíveis intercorrências e complicações”, alerta Simmons.

 

Além desses procedimentos, a cirurgia nasal (rinoplastia) também está entre as mais procuradas por mulheres até 40 anos. “Nessa faixa etária, acrescentam-se também as cirurgias em abdômen (abdominoplastia ou miniabdominoplastia) como as mais frequentes”, afirma.

 

Após os 50 anos, aumenta a procura por cirurgias que envolvem o rosto, como as pálpebras (blefaroplastias) e face (ritidoplastia). “As pacientes podem operar desde que bem avaliadas por um cirurgião e realmente apresentem alterações para que se justifique a realização do procedimento”, esclarece o cirurgião.

 

Riscos e benefícios

 

De Paula afirma que existem riscos nas cirurgias plásticas, embora sejam raros. “Houve uma grande evolução da cirurgia plástica nos últimos anos. Complicações mais comuns que podem ocorrer são pontos cirúrgicos que inflamam e abertura da cicatriz”, relata. Outras complicações que podem ocorrer são infecções, necrose de tecidos e cicatrizes de qualidade ruim (queloides), trombose de membros inferiores, embolia pulmonar, reações alérgicas, reações anestésicas e, em raríssimos casos, morte.

 

“Cada cirurgia apresenta características peculiares. Cada ato cirúrgico deve ser profundamente explorado e seus riscos devem ser explicados à paciente pelo cirurgião plástico.  Essa parceria e confiança mútua entre o médico e a paciente é de extrema importância para a realização de uma cirurgia plástica”, diz. Ele revela que para que o procedimento seja feito com segurança, é fundamental procurar um profissional sério e preparado. “Isso não é uma garantia de resultado, mas sabe-se que a chance de sucesso na cirurgia passa a ser grande”, aponta.

 

Para o especialista, é muito importante passar por uma consulta com este profissional antes da realização de qualquer procedimento. “Conhecê-lo pessoalmente é essencial. Deve-se prestar atenção em como ele se apresenta e se posiciona diante da paciente, seu tempo de consulta, se ele esclarece todas as dúvidas e trabalha dentro de expectativas realistas”, enfatiza.

 

Uma boa consulta envolve a discussão da história médica completa da paciente, em que são discutidos doenças, cirurgias anteriores e presença de complicações, existência de alergia e reação a anestesias anteriores, medicações de uso regular, vitaminas, suplementos, álcool, tabagismo e outras drogas.

 

Na opinião do professor, os benefícios das cirurgias plásticas são enormes, já que bons resultados melhoram de maneira significativa a autoestima da mulher. “Os benefícios vão além da aparência física. Em muitos casos, são reduzidos problemas relacionados a autoimagem, tais como confiança pessoal e em outras pessoas, depressão ocasionada por insatisfação corporal, bullying em crianças e harmonia corporal”, relata.

 

De Paula ressalta, no entanto, que é fundamental que as expectativas sejam reais, devendo-se fugir de resultados sonhados ou baseados em resultados de terceiros. “Cada corpo é único assim, como seu resultado”, conclui.

 

Dicas importantes

 

Segundo o médico Paulo Renato Simmons de Paula, é importante escolher um cirurgião membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) que:

  • Completou um treinamento em cirurgia de no mínimo cinco anos, sendo três deles em cirurgia plástica (lembrando que o médico se especializa em cirurgia após concluir a graduação em medicina, que são seis anos);
  • Está treinado para realizar as diferentes cirurgias plásticas existentes em seu arsenal;
  • Está submetido a um código estrito de ética;
  • Apenas opera em instalações médicas credenciadas.

 

Para saber se o médico é titulado e cadastrado na SBCP, acesse: http://www.cirurgiaplastica.org.br.

 

Para quem deseja se submeter a uma cirurgia plástica, a orientação é de que conheça pessoalmente pacientes que se submeteram a algum procedimento com o mesmo especialista. É importante também certificar-se de que o profissional está cadastrado no Conselho Regional de Medicina (CRM) do Estado na especialidade de Cirurgia Plástica.

 

Outro alerta é para profissionais que prometem resultados milagrosos. Deve-se tomar cuidado, ainda, com profissionais que oferecem preços muito baixos e fogem das médias da região. A paciente também deve observar se o local onde o cirurgião realiza seus procedimentos está dentro dos padrões necessários de segurança. Para de Paula, segurança é a palavra chave para a realização de qualquer ato cirúrgico.

 

Fonte: www.cuidadofeminino.com.br