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SBCP apoia decisão da justiça que proíbe biomédicos de realizarem procedimentos estéticos invasivos

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PROJETO NACIONAL DEFESA DA ESPECIALIDADE

Magistrado anulou os efeitos da Resolução criada pelo Conselho Federal de Biomedicina por entender que a realização de procedimentos estéticos invasivos expõe o paciente ao risco

Por SBCP

Novamente a Justiça é favorável ao exercício legal da medicina e à segurança do paciente. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) apoia a decisão do Juiz Marcos José Brito Ribeiro, da 13ª Vara Cível de Brasília, que determinou a anulação dos efeitos da Resolução nº 241/14, do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), que permitia indevidamente que biomédicos realizassem procedimentos estéticos invasivos, conforme divulgado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), na última sexta-feira, 07 de agosto de 2020.

Acolhendo a argumentação do CFM, autor da ação, o magistrado conclui que “a falta de prévio diagnóstico, somada ao potencial lesivo no manejo das formulações, tem inequívoco potencial de expor a risco a incolumidade física do paciente, sobretudo na hipótese da superveniência de efeitos adversos”.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Dr. Dênis Calazans, “essa é novamente uma vitória, não só dos médicos, que mantém a integridade das atribuições e competências garantidas pela Lei nº 12.842/2013 (Lei do Ato Médico), como para a saúde da população, que fica exposta aos riscos da realização de procedimentos que são de competência de médicos cirurgiões plásticos e dermatologistas, por profissionais não médicos e consequentemente não habilitados para realizarem esses procedimentos”.

HISTÓRICO JUDICIAL

Esta não é a primeira decisão em prol da defesa da medicina e da saúde dos pacientes contra biomédicos. Em 2016, em decisão da juíza federal Maria Cecília de Marco Rocha, da 3ª Vara Federal do DF, as resoluções CFBM nº 197/2011, nº 200/2011 e nº 214/2012, além da sua resolução normativa nº 01/2012, foram anuladas em todo o território nacional. O argumento foi o mesmo: as atribuições contidas nas resoluções dos biomédico extrapolam os limites da profissão além de expor a população a situações de risco por conta de possível atendimento por pessoas sem a devida qualificação e sem competência legal para tanto.

Na época, a sentença da Justiça Federal concluiu que o biomédico somente tem permissão de atuar em questões ligadas à saúde quando supervisionado por médico. “A lei que regulamenta a profissão do biomédico é claríssima em ressaltar que o profissional pode atuar, sob supervisão médica, em serviços de hemoterapia, de radiodiagnóstico e de outros para os quais esteja legalmente habilitado. Os atos normativos editados pelo Réu (CFBM) desbordaram da lei, na medida em que permitiram a atuação de biomédicos sem a supervisão médica”, informou a decisão de outubro de 2016.

SEGURANÇA DO PACIENTE E DEFESA DA ESPECIALIDADE

Esta não é a primeira vitória da cirurgia plástica e dermatologia (e da população) contra a invasão da medicina. Foram dezenas de processos movidos ao longo dos últimos anos pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, contra conselhos de classe de enfermagem, farmácia e odontólogos, por exemplo, que induzem seus profissionais a realizarem procedimentos ilegais. Por isso, a SBCP criou em 2016 o Projeto Nacional de Defesa da Especialidade, que desde então tem atuado fortemente contra a atuação de não médicos e não especialistas em cirurgia plástica.

Cirurgia Plástica Brasileira mostra sua solidariedade às vítimas do incêndio no Líbano

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Cirurgiões plásticos brasileiros levam o humanismo da medicina e da cirurgia plástica aos sobreviventes da tragédia que deixou milhares de feridos após explosão na última semana a capital libanesa

Passam de 5.000 o número de feridos após a explosão de um galpão em 04 de agosto no porto de Beirute, no Líbano e que já são contabilizadas mais de 130 mortes. A tragédia de grandes proporções deixou a capital libanesa devastada e mobilizou vários países que já começaram a enviar algum tipo de ajuda. No Brasil, a solidariedade de médicos mobilizou cirurgiões plásticos se unirem e, junto com outros médicos, embarcaram para ajudar a equipe de médicos locais. O Dr. Rômulo de Melo Mene, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) do Rio de Janeiro, é um dos organizadores deste grupo que coordenou a ida dos médicos cariocas. Anos atrás, ele coordenou um grupo de cirurgiões plásticos libaneses que fizeram a formação na capital fluminense.

Além disso, eles estão levando uma doação de todo o estoque de peles de tilápia para a utilização em curativos biológicos para queimaduras, técnica pioneira desenvolvida na Universidade Federal do Ceará. Ao todo serão 45.000cm².

Segundo o coordenador da pesquisa com pele de tilápia e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Prof. Edmar Maciel, o grupo do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da Universidade Federal do Ceará, onde a pesquisa foi desenvolvida, eles sempre tiveram em mente ter um estoque de peles disponível para catástrofes desta magnitude ou menores e já ajudaram em outras tragédias tanto em países da América Latina como outras que aconteceram aqui no Brasil. O Prof. Edmar e sua equipe irão orientar os médicos que estão no Líbano para utilizarem as peles nos pacientes.

“É muito gratificante quando você sabe que dispõe de um produto como esse, genuinamente brasileiro, todo produzido aqui no Ceará e que pode ser levado tão distante para ajudar a salvar a vida dessas pessoas. A gente fica extremamente feliz em poder fazer essa doação porque sabemos que isso poderia ter acontecido na nossa casa, aqui no Brasil. Então fica a mensagem para nós, cirurgiões plásticos, repensarmos na nossa especialidade. A cirurgia plástica não é só Botox, lipoaspiração ou preenchimento. Ela vai muito além disso, na nossa formação, em relação a cirurgia reconstrutora.

“A excelência da nossa Cirurgia Plástica é orgulho para Medicina nacional, não só por seu reconhecimento científico mundial (graças a competência dos membros da SBCP), mas também por suas ações humanitárias (SBCP/Fundação IDEAH). Ações rápidas como esta dos cirurgiões plásticos da UFC, mostram a essência da Cirurgia Plástica brasileira”

Dr. Denis Calazans
Presidente Nacional da SBCP

Existe uma grande comunidade libanesa no país, incluindo cirurgiões plásticos, razão pela qual foi formada em 2010, a Associação de Cirurgiões Plásticos de Descendência Libanesa, criada pelo Prof. Ricardo Baroudi, uma das referências da cirurgia plástica brasileira e filho de libaneses. A Associação foi uma das primeiras a se mobilizar para ajudar as vítimas daquele país.

FORÇA TAREFA EM PROL DA VIDA

A mobilização dos médicos brasileiros reforça o enorme papel científico e social da cirurgia plástica, bem como a importância de se contar com profissionais especialistas em suas áreas. E assim tem sido desde os primórdios da especialidade, em que fatos históricos marcaram a cirurgia plástica no Brasil e possibilitou não só a sua expansão e qualidade, como também transformar o Brasil em um dos centros mundiais da cirurgia plástica.

Em 1961, uma equipe de incontáveis cirurgiões plásticos de várias partes do Brasil e do Mundo, incluindo o então professor de Cirurgia Plástica da Santa Casa do Rio de Janeiro, Ivo Pitanguy, atenderam as vítimas da tragédia conhecida como “o espetáculo mais triste da Terra”, o incêndio do Gran Circo Norte-Americano, na cidade de Niterói (RJ) e que deixou 503 mortos e milhares de feridos, sendo 70% crianças. Um fato memorável e que houve uma condução excepcional e que colocou a cirurgia plástica nos olhos dos grandes centros da especialidade até então.

Hoje, 27 de janeiro, completa sete anos de outra tragédia comoveu o Brasil e mobilizou novamente a cirurgia plástica: o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que deixou 242 mortos e 680 feridos. Um grande mutirão foi realizado para conseguir atender todas as vítimas. Assim foi também na tragédia de Janaúba, em Minas Gerais, em 2017: um incêndio criminoso em uma creche, deixou 14 mortos e mais de 40 feridos.

Com a mobilização de diversos profissionais especialistas de todo o mundo, a SBCP manifesta o seu total apoio e auxílio para as vítimas, que contarão com a excelência tecnológica brasileira e tratamentos de vanguarda em casos de queimaduras graves.

Espaços compartilhados

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Cirurgiões Plásticos têm optado por atender seus pacientes em coworking para fugir de questões burocráticas inerentes a um consultório próprio

Por Daniele Amorim

Há dois anos, a cirurgiã plástica Patricia Hiraki decidiu dar um novo passo em sua carreira médica e abrir o próprio consultório. Desde que se formou em 2011, ela dividia seu tempo entre atendimentos em consultórios de amigos e clínicas multidisciplinares, mas tinha a sensação de que era uma visita em seu próprio trabalho. A alternativa encontrada até que seu próprio consultório ficasse pronto foi atender seus pacientes em um coworking médico em São Paulo, formato que ela conheceu por meio de colegas. Os coworkings médicos são salas compartilhadas que oferecem recursos como secretária on-line, cartões de visitas para divulgação dos serviços e até mesmo vaga na garagem. Os custos mensais variam de 236 a 690 reais.

Para os cirurgiões plásticos ouvidos pela reportagem, os diferenciais em usar esses espaços são a imparcialidade do serviço e flexibilidade de atendimento em vários endereços, além da tecnologia onde o médico pode definir pelo aplicativo ou site seus horários e locais de atendimento. Outro fator é o custo: como o pagamento é feito no modelo pay-per-use, se o médico atende pouco ele paga menos. No fim, dizem, sai mais barato que montar um consultório próprio, e sem as dores de cabeça por causa das questões administrativas.

Patricia, que é membro  da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), atendeu seus pacientes durante seis meses em dois endereços de coworking em São Paulo e avalia a experiência como uma ótima alternativa: “Não era o consultório de ninguém, o atendimento telefônico é personalizado e o ambiente físico é bem impessoal no sentido de não ter logos, nomes ou marcas. Além disso, como o custo dependia da demanda de uso, foi uma opção econômica.”

Já o caminho do cirurgião plástico Alexandre Wada, membro titular da SBCP, foi inverso ao de Patricia: com consultório próprio desde 2007, ele abriu mão do espaço e utiliza o coworking desde 2018. “Estava descontente com a rotina do consultório devido à burocracia extramedicina com relação aos contratos trabalhistas e certificações na prefeitura e outros órgãos, além dos custos cada vez maiores”, conta. Hoje, ele atende pacientes em três endereços diferentes de um coworking em São Paulo.

“OPÇÃO A SE CONSIDERAR”

O espaço físico maior, o atendimento em horários estendidos e tecnologia integrada — paciente chega e se dirige a um totem para informar sua chegada e espera por sua vez —, além do design moderno dos espaços, são pontos que ele avalia como positivos. “É algo que não poderia dispor no antigo consultório, a menos que fizesse um investimento muito grande. Utilizo esses três endereços com dias e horários pré-determinado por mim e de acordo com minha rotina de trabalho, mas com flexibilidade para alterações caso necessário”, diz Wada.

O retorno de seus pacientes sobre o coworking também tem sido positivo. “Pelo menos para mim, os pacientes sinalizam uma ótima aceitação do sistema, principalmente os mais jovens e adeptos à tecnologia. Alguns pacientes mais antigos relataram algum incômodo com esse sistema no início, mas logo se acostumaram. É claro que nunca vou saber se há pacientes que desistiram do meu tratamento devido a esse sistema, mas o que tenho visto é um aparente aumento no meu fluxo de pacientes”, garante. E a vantagem para ele nesse formato de coworking, enquanto médico, é conseguir se dedicar apenas à parte médica sem preocupação com logística e burocracia, além da interação com colegas médicos de sua especialidade e de outras.

“Como não tenho mais secretária, passei a ter controle direto sobre todos os aspectos relacionados a pacientes, hospitais, equipes e fornecedores. Apesar de aumentar meu trabalho, isso possibilitou uma melhor organização do fluxo de cirurgias e um relacionamento mais direto com os pacientes, resultando numa comunicação melhor com eles”, afirma. Percepção semelhante tiveram os pacientes atendidos por Patricia. “Todos os pacientes elogiaram muito, mesmo aqueles para quem eu contava que ali era um espaço de coworking médico, pois eles entendem que é uma opção mais inteligente de otimizar tempo e espaço”, lembra a cirurgiã plástica.

Leia a matéria completa na edição 223 de Plastiko’s – http://rspress.com.br/userfiles/projetos/plastikos/223/34/

Na linha de frente contra a COVID-19

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Cinco Cirurgiões Plásticos associados da SBCP seguem no combate contra a Covid-19 e relatam seus desafios e a emoção de salvar vidas neste momento

Por LEILA VIEIRA

Estar na linha de frente contra a Covid-19 tem sido desafiador para médicos, enfermeiros e toda a equipe de saúde que precisa ser acionada para salvar vidas. Nesta batalha contra a doença, o papel do cirurgião plástico também tem sido fundamental. Para ressaltar a importância da especialista, a Plastiko’s conversou com cinco cirurgiões plásticos, associados da SBCP, que seguem atuando na linha de frente de hospitais do estado de São Paulo. Em meio à rotina intensa que vivem hoje, eles reservaram um tempinho para relatar quais os desafios e as experiências que têm vivido durante o atendimento em meio à pandemia.

“Quando começaram os rumores da presença da covid-19 no País, eu decidi que queria participar de forma direta no combate à doença”. O cirurgião plástico Johnny Aldunate atende hoje os pacientes com a doença em dois hospitais de São Paulo: no Hospital de Campanha do Anhembi, na capital paulista, e no Hospital Municipal Antônio Giglio, em Osasco. Entre os desafios enfrentados, o profissional destaca o medo e a saudade de manter contato com os familiares.

Conviver com os hospitais superlotados e com as evoluções da doença, reforça Aldunate, provoca uma mistura de sentimentos no cirurgião. “Conhecemos o quão grave a doença pode evoluir e observamos colegas contraindo a infecção. Uns dias são tranquilos, outros desgastantes ao extremo, mas saber que fiz a diferença me deixa com um sentimento de recompensa indescritível”, afirma.

Outro especialista que segue na linha de frente é o cirurgião plástico Rodolfo Lobato, que atua na UTI do Hospital das Clínicas de São Paulo e segue realizando cirurgias ortopédicas na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), também na capital paulista. Em casos mais urgentes, esses procedimentos de reconstrução foram mantidos mesmo durante a pandemia.

Longe da família há mais de dois meses, o cirurgião plástico conta que vivenciar esse cenário tem sido muito motivador no âmbito profissional principalmente porque esse esforço faz a diferença entre os pacientes que estão na luta pela recuperação. “Temos visto, nas UTIs dos hospitais públicos, um número cada vez maior de casos. Então, quanto mais pessoas ajudar, mais vidas serão salvas e mais rápido vamos resolver essa situação. Sairemos dessa mais fortes!”, acredita.

Para o cirurgião plástico Fernando de Freitas, o maior desafio no enfrentamento à pandemia é o receio de ser contaminado e a angústia de ver tantos pacientes graves. Ele atua na UTI do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) no suporte a pacientes graves que contraíram a covid-19. Trabalhar na linha de frente, destaca, é estressante para o profissional de saúde e, muitas vezes, a sobrecarga nos plantões e os longos períodos utilizando os equipamentos de segurança individual (EPI) aumentam o cansaço e chegam a machucar a pele dos especialistas. “Tenho a chance de contribuir de contribuir diretamente na conscientização, cuidado e atenção aos pacientes. No fim, apesar das dificuldades, fica a sensação de dever cumprido”, observa Freitas.

Leia a matéria na íntegra na Edição Especial de Plastiko’s

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Olhar humanizado e sensível

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A medicina humanizada nada mais é do que estabelecer uma relação mais empática entre o médico e o paciente. Apaixonado pelo tema, o médico José J. Camargo fala da importância do olhar humanizado na medicina

Por Daniele Amorim

Ele é conhecido como “o médico que gosta de gente”. Aos 73 anos, o pneumologista e escritor José J. Camargo é categórico: gostar de gente é pré-requisito para uma carreira médica bem-sucedida. Além do protagonismo na carreira — foi pioneiro no transplante de pulmão na América Latina e realizou o primeiro transplante duplo de pulmão no Brasil —, o médico acumula outra paixão: falar sobre a importância da humanização na medicina e o se sensibilizar na área da saúde, um tema que, trocadilhos à parte, enche seu peito de emoção.

Natural de Vacaria, cidade do Rio Grande do Sul, a trajetória de J. J. Camargo, como é conhecido, começou nos anos 1970. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ele se especializou em cirurgia torácica e cursou pós-graduação na prestigiada Clínica Mayo, nos Estados Unidos. E foi o idealizador da Cirurgia Torácica e do Centro de Transplantes de Pulmão da Santa Casa de Porto Alegre, onde ainda atua como diretor.

Em entrevista exclusiva para a Plastiko’s, o médico explica que a humanização em medicina começa com a percepção de que não há uma relação médico e paciente adequada sem empatia por parte do médico e ressalta quais são os desafios enfrentados pelos médicos para adotar esse cuidado sensível em relação ao seus pacientes, além de destacar um detalhe: “Só consegue cuidar dos outros quem estiver bem consigo mesmo. Essa é uma máxima inarredável”.

O que podemos entender como conceito de humanização em medicina?

A humanização em medicina começa com a percepção de que não existe uma relação médico e paciente adequada sem empatia por parte do médico. Isso quer dizer que o paciente nunca perceberá o profissional que o acompanha como médico verdadeiro se não perceber a espontaneidade da parceria. Todos os maravilhosos avanços da medicina que ocorreram nos últimos 50 anos, quando avançamos em conhecimento mais do que em toda a história da humanidade, precisam ser festejados. Por outro lado, quando os pacientes idosos falam com nostalgia dos médicos de antigamente, não conseguimos fugir do constrangimento de perceber que, em algum ponto dessa trajetória vitoriosa, perdemos o compasso. Convenhamos que é uma frustração que sejamos tão mais qualificados tecnicamente do que nossos antecessores, mas os pacientes, os únicos cujas opiniões de fato interessam, não nos percebam melhores.

Como o médico pode aplicar o conceito da humanização em sua rotina?

A inclusão desse conceito dentro da prática médica deve ocorrer espontaneamente e será assim na medida em que o paciente perceber que está sendo atendido por um profissional que gosta do que faz e, principalmente, que goste de gente. O mais complicado talvez seja admitir que podemos treinar os estudantes, recomendar o exercício da arte e a leitura dos melhores livros, mas ninguém consegue ensinar alguém a gostar de gente. A inclusão de temas de humanidades nos currículos das melhores escolas de medicina é um louvável esforço no sentido de estimular a sensibilidade de quem trabalhará com pessoas vulnerabilizadas pelo sofrimento.

Leia a entrevista completa na edição 223 de Plastiko’s

LEIA ENTREVISTA COMPLETA

Na foto, J. J. Camargo com o presidente da SBCP durante a 2ª edição do Simpósio para Desenvolvimento e Gestão de Carreira ao Jovem Cirurgião Plástico

(SIDEG-C), realizado nos dias 31 de janeiro e 1 de fevereiro em São Paulo.

J.J. Camargo na Aula Magna do Instituto de Ciências da Saúde, em 2018 – COMUNICAÇÃO/UNIVERSIDADE FEEVALE

Mercado de trabalho: situação atual e perspectivas

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Cirurgiões plásticos analisam o mercado de trabalho atual para a Cirurgia Plástica, apontam os desafios e as áreas em ascensão dentro da especialidade

Por Leila Vieira e Madson de Moraes

Como se sobressair em um mercado tão competitivo? O mercado de trabalho mudou muito nos últimos anos? Quais as áreas em ascensão dentro da cirurgia plástica? Cirurgiões ouvidos pela reportagem debatem o cenário atual da especialidade e inauguram a série de matérias na revista sobre temas relevantes aos associados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) como mercado de trabalho, humanização em medicina, defesa da especialidade, gestão e carreira, pesquisas científicas e Residência Médica, entre outros assuntos que serão destacados nas próximas edições.

Participaram do debate proposto os seguintes associados da SBCP: o professor da Disciplina de Cirurgia Plástica e Queimaduras da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Dr. Júlio Morais Besteiro; o coordenador do Ambulatório de Cirurgia Plástica Pós-Bariátrica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz – unidade Vergueiro, (SP), Dr. André Cervantes; o cirurgião plástico com MBA em Gestão pela INSPER, Dr. Gustavo Stocchero; e a colaboradora no ambulatório de Cirurgia Plástica Infantil no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Dra. Tatiana Moura.

Como você vê o mercado da cirurgia plástica nos dias atuais? E o que mais mudou nesse mercado desde o início da sua carreira? Ou não mudou muito?

Dr. Júlio: “Sem dúvida houve uma grande modificação no mercado nos últimos 40 anos. Por um lado, o desenvolvimento técnico, tanto do cirurgião propriamente dito como da especialidade no que se refere à amplitude de sua atuação acabou por fragmentar significativamente o mercado.

Não creio que um cirurgião hoje possa abranger com alta qualidade todos os ramos da cirurgia plástica. Esses limites estendidos do campo de trabalho, entretanto, foram desigualmente preenchidos pelos profissionais, deixando alguns setores congestionados e outros desatendidos.”

Dr. André: “Devemos pontuar uma situação importante: o mundo mudou, está em mudança e vai mudar após a pandemia de COVID-19. A resposta de semanas atrás seria: nosso mercado é promissor, a beleza faz parte da saúde das pessoas. Acho que isso não vai mudar, mas agora, sem dúvida, durantes os próximos 18 a 24 meses, enquanto estivermos vivendo a questão da pandemia, o mercado da cirurgia plástica terá um desajuste muito grande. Nossa profissão teve um boom muito grande nesses quase 20 anos que eu sou especialista e o que mudou foi a oportunidade, para uma grande parcela da população, que antes era excluída desse grupo, de poder realizar uma cirurgia plástica estética.”

Dr. Gustavo: “Participei de duas transformações no mercado de trabalho. A primeira foi o aumento do número de cirurgiões plásticos por habitante no País, o que demonstra um crescimento do número de especialistas consideravelmente maior do que o crescimento da população. E a segunda foi o aumento dos potenciais consumidores das cirurgias, que atingiram grupos econômicos mais amplos na população. Infelizmente, algo que variou pouco nesse tempo foi o escopo de ação do cirurgião plástico, já que ainda temos muitas áreas da nossa especialidade subaproveitadas. Assim, eu enxergo o mercado atual saturado para os modelos em vigência, mas com grande potencial em áreas pouco exploradas e de grande carência, como as reconstruções pós-tumores, tratamento de feridas complexas, doenças congênitas e traumas agudos.”

Dra. Tatiana: “O mercado para a cirurgia plástica veio mudando nas últimas décadas, de mais elitizado a algo mais popular. Surgiram clínicas de cirurgia plástica de baixo custo operacional, possibilitando que mais pessoas pudessem fazer uma cirurgia estética. Pelo lado social, é sempre saudável que mais pessoas tenham acesso a quaisquer serviços, mas isso levou a uma diminuição importante da remuneração do cirurgião, não apenas daqueles que trabalham nessas clínicas, mas também da maioria pela concorrência de mercado.”

O mercado de trabalho do cirurgião plástico brasileiro é prioritariamente estético em relação à cirurgia reparadora. Por que esse cenário segue atual?

Dr. Júlio: “Essa é uma verdade irrefutável embora, felizmente, já mostra alguma tendência ao equilíbrio. Quero crer que tanto os serviços de formação, como a própria SBCP, têm valorizado, ainda que timidamente no meu modesto entender, o extenso campo da cirurgia reconstrutora. Certamente, a longo prazo, o próprio mercado se encarregará de corrigir essa discrepância atual.”

Dr. Gustavo: “Não vejo necessidade de mudar a nossa vocação, mas acredito que isso não impeça que também desenvolvamos o mercado das cirurgias de necessidade (as reparadoras). Um mercado não exclui o outro. Acredito que o desenvolvimento do Brasil, com aumento da preocupação com a qualidade de vida e maior percepção das diversas necessidades que surgem e devem ser  atendidas, aliado a uma melhora da gestão tanto da saúde pública como da complementar, farão com que os planejadores de saúde passem a se preocupar mais com o mercado que tem sido pouco explorado por  aqui.”

Dra. Tatiana: “Acredito que esta proporção seja difícil de mensurar em uma média, pois, em números totais de cirurgias, as reparadoras devem ser a maioria, já que são também realizadas pelo SUS. O número de pacientes que necessitam de intervenção para uma cirurgia reparadora é infinitamente maior, porém a maioria será atendida pelo SUS ou sistema de saúde complementar. Se formos relacionar o volume de remuneração para equipe médica, a estética contribui com um valor maior para a maioria dos cirurgiões, salvo raras exceções de especialistas que mantêm volume considerável de cirurgias reparadoras particulares. Por conta da baixa remuneração dos convênios e da alta complexidade das cirurgias reparadoras, muitos cirurgiões optam por não trabalhar com a reparadora ou dedicam pouco tempo a isso, o que causa uma demanda muito reprimida para essa área.”

Dr. André Cervantes

Dr. Gustavo Stocchero

Dr. Júlio Morais Besteiro

Dra. Tatiana Moura

Leia a matéria na íntegra na edição 223 de Plastiko’s. Clique no botão abaixo.

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Participantes do 5º 5º Encontro Nacional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Associação Brasileira das Ligas de Cirurgia Plástica

Mercado de trabalho e gestão de carreira foram temas abordados no 14º Congresso do DESC

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Evento do Departamento de Serviços Credenciados da SBCP, direcionado a residentes e jovens cirurgiões plásticos e aspirantes ao título de especialista, participaram de palestras e mesas redondas tanto de temas científicos, como de assuntos pertinentes à especialidade

Por SBCP

Foram 736 Médicos Residentes, aspirantes ao Título de Especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e Regentes dos Serviços Credenciados que estiveram reunidos nos dias 5 e 6 de março no Maksoud Plaza Hotel, em São Paulo – SP para a 14ª edição do Congresso do DESC – Departamento de Serviços Credenciados da SBCP, responsável por credenciar e acompanhar os serviços de Cirurgia Plástica aptos a formar novos especialistas.

Este ano o Congresso do DESC inovou e mudou o formato das conferências para o formato TED, para melhorar a experiência de aprendizado. Durante os dias do encontro, além de conferências, mesas redondas e discussão de casos sobre procedimentos da face, cirurgia crânio facial, pós-bariátrica, microcirurgia, entre outros, Residentes realizaram provas de avaliação e 215 candidatos foram aprovados no Exame para Obtenção do Título de Especialista, após os dois dias de prova, escrita e oral. A SBCP preparou para os novos ingressantes um manual em formato digital, com todas as informações fundamentais sobre a SBCP e a Especialidade, incluindo o Estatuto da SBCP e o Código de Ética Médica.

Regentes e preceptores estiveram reunidos pelo segundo ano consecutivo para discutirem a educação da especialidade no 2º Encontro de Atualização e Práticas Educacionais para Regentes e Preceptores da SBCP – Formação Pedagógica de Regentes e Preceptores do Ensino em Cirurgia Plástica. Coordenado pelo Dr. Aristides Palhares Neto, o encontro contou com tutores da Associação Brasileira de Educação Médica e diversas atividades para promover discussões sobre o ensino da Especialidade no País, interação e troca de conhecimentos.

ENCONTRO DAS LIGAS

Pelo quinto ano consecutivo, a SBCP promoveu o encontro com alunos de medicina participantes de Ligas de Cirurgia Plástica, no dia 07 de março, no Maksoud Plaza, em São Paulo – SP. O 5º Encontro Nacional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Associação Brasileira das Ligas de Cirurgia Plástica sucedeu o 14º Congresso do DESC, destinado a Residentes e jovens Cirurgiões Plásticos. Ao todo, 91participantes entre alunos e palestrantes estiveram reunidos em mesas-redondas, conferências e troca de informações e conhecimento entre as diferentes ligas e com os cirurgiões plásticos da SBCP.

Com uma programação abrangente, a programação do Encontro estava equilibrada entre a área científica da cirurgia plástica, elencando temas como estética, queimaduras, craniofacial, tumores e cirurgia em crianças, e a formação de carreira fundamentada na ética e defesa da especialidade. Cirurgiões conceituados e referência no Brasil e no Mundo, assim como jovens cirurgiões falaram sobre a Residência e escolhas do recém-formado.

O Encontro é uma oportunidade para o acadêmico de medicina, em especial aos que desejam seguir a carreira de Cirurgia Plástica, a ter um contato maior com a especialidade e com especialistas renomados, tirar dúvidas e trocar experiências. Pela primeira vez no Encontro houve uma reunião da ABLCP com o presidente da Fundação IDEAH-SBCP, Dr. Luciano Chaves, para definir as diretrizes de funcionamento das ligas com a Fundação. Buscando ampliar ainda mais o impacto das ações sociais no Brasil

Esta quinta edição do Encontro, consolida a união entre a ABLCP e SBCP, ressaltando a importância do apoio e mentoração da Sociedade no funcionamento da Associação. Por meio desta parceria foi possível desenvolver uma organização que conta hoje com 1513 acadêmicos em 21 Estados, atuando de forma ativa na conscientização sobre cirurgia plástica dentro e fora do ambiente acadêmico.

Consultas para cirurgias reparadoras estão entre as novidades da 1ª edição do Multiação em 2020

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Primeira edição de 2020 será realizada nesse sábado (7). Serão distribuídas 150 senhas e o paciente já saíra do local com a cirurgia marcada.

Por TV Centro América

Idealizado pela TV Centro América e com realização da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), o Multiação entra no sétimo ano com a participação de mais de 40 parceiros.

A primeira edição de 2020 será realizada nesse sábado (7), no Bairro João Bosco Pinheiro, em Cuiabá, e traz novidades. Dessa vez, serão realizadas consultas para cirurgias reparadoras.

Serão distribuídas 150 senhas e o paciente já saíra do local com a cirurgia marcada. Antes da distribuição, o paciente deverá passar pela triagem, onde serão selecionados os casos mais graves.

Serão atendidas apenas cirurgias de pequeno porte, que não precisam de internação.

“Não vamos fazer cirurgias estéticas e nem correção desse tipo de procedimento. Nossa internação é beneficiar a população carente, que de outra forma não teria como acessar esse serviço especializado. Vamos focar em lesões de pele, tumores cutâneos, câncer de pele, algumas deformidades, entre outros”

Vidal Guerreiro
Presidente da Associação Brasileira de Cirurgia Plástica/MT

O Multiação já realizou mais de 450 mil serviços gratuitos à população, como consultas médicas, além de atendimentos gratuitos nas áreas de cidadania, educação, empreendedorismo, cultura e saúde.

“São marcas importantes para nós e, com certeza, para a sociedade. Saúde, cidadania e muita prestação de serviço de qualidade pelos nossos parceiros. Todos ganham. Quem recebe e quem está doando seus serviços e produtos para uma população que precisa tanto desse apoio”, ressaltou o presidente da Federação das Indústrias/MT, Gustavo Oliveira.

Projeto Multiação é realizada há sete anos — Foto: Fiemt/Divulgação

Visite o site oficial da SBCP