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agosto 2013

Plástica com segurança – Guia da Veja

By Notícias

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OS BRASILEIROS FICAM ATRÁS APENAS DOS AMERICANOS NO RANKING DAS POPULAÇÕES QUE MAIS RECORREM A CIRURGIAS PLÁSTICAS. POR AQUI, SÃO REALiZADAS MAIS DE 905000 OPERAÇÕES DESSE TIPO POR ANO. GRANDE PARTE DELAS É EXECUTADA DE FORMA PERFEITAMENTE CONFIÁVEL, POR PROFISSIONAIS COM CAPACITAÇÃO ESPECÍFICA E EM AMBIENTES PREPARADOS PARA GARANTIR A SEGURANÇA DO PACIENTE NO CASO DE ALGUMA COMPLICAÇÃO.

Mas o setor sabidamente atrai também uma cora de aventureiros: segundo o último levantamento do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, mais de 90% dos médicos que respondem a processos relacionados a procedimentos estéticos não são especíatistas, A lei, é verdade, não obriga o médico a ter residência em cirurgia plástica para atuar na área – mas assegurar que o cirurgião que você está para escolher coma com essa formação pode diminuir muito o risco de problemas de saúde futuros ou de’ decepção com o resultado estético. A seguir, José Horácio Aboudib, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), e outros especialistas alertam para atitudes que podem pôr sob suspeita a ética médica e falam dos cuidados que os candidatos aos procedimentos mais comuns devem ter ames de encarar o bisturi. Atenção também para preços milagrosos: embora haja variações, claro, uma quantia convidativa demais, muito abaixo da média do que se pratica na sua região ou cidade, pode significar que algum aspecto da segurança ou da técnica está sendo comprometido.

Desconfie se…

…sua imagem for projetada no computador Alguns médicos usam softwares que simulam, a partir de uma foto do paciente, como será o resultado final da cirurgia. Os especialistas mais prestigiados, porém, questionam essa conduta. A realidade da sala de cirurgia é muito mais limitada que a de um computador, e não é correto apresentar como certa ao paciente uma promessa.

MAMOPLASTIA

As próteses usadas para aumentar o volume dos seios estão cada vez mais resistentes e seguras. Antes, uma paciente não podia ficar mais de dez anos com uma prótese; hoje, elas são feitas para durar o dobro desse tempo. É importante, no entanto, saber se o implante é liberado pela Anvisa. Silimed e Eurosilicone são exemplos de marcas avalizadas e bastante utilizadas pelos cirurgiões. Outra ressalva: cerca de 4% das mulheres que colocam silicone têm o que os médicos chamam de contratura capsular – a cicatriz que normalmente se forma ao redor do implante se contrai demais e deforma a prótese, tornando-a rígida. Nesse caso, o certo é substituir a prótese

RINOPLASTIA

No Brasil, em 2011, 43809 pessoas enfrentaram o bisturi para arrebitar, estreitar ou corrigir alguma imperfeição do nariz. Do ponto de vista técnico, essa é considerada uma das cirurgias mais difíceis: exige muita perícia, talento particular e que talvez não possa ser cumprida”, diz o cirurgião Fábio Coutinho, membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, especialista divulgar fotos de outros pacientes Anúncios que mostram o célebre “antes e depois”, assim como a divulgação de preços para atrair a clientela, são atitudes que ferem os princípios éticos do Conselho Federal de Medicina. O médico operar com uma equipe reduzida experiência, razão pela qual nem todo cirurgião plástico se dispõe a fazê-Ia. Portanto, buscar um especialista em nariz (e de preferência algum profissional cujos resultados você já tenha conferido em outros pacientes) reduz o risco de problemas como assimetria e cicatrizes internas que podem dificultar a respiração. Além disso, a rinoplastia não deve ser feita antes dos 13 anos, quando as feições ainda estão mudando.

BLEFAROPLASTIA

Embora pareça simples, a cirurgia para melhorar a aparência das pálpebras, com remoção do excesso , rugas e gordura, é bem delicada. “Se não for muito benfeita, ela pode deixar os olhos arregalados e a pele da pálpebra inferior repuxada, com parte do globo ocular à mostra”, alerta Aboudib. Já a cicatriz costuma ser imperceptível, uma vez que a incisão é realizada na dobra da pálpebra superior ou, no caso da inferior, logo abaixo da linha dos cílios

ABDOMINOPLASTIA

A cirurgia para remover o excesso de gordura e pele da região abdominal e restaurar os músculos enfraquecidos exige quase um mês de recuperação – o dobro do tempo pedido por uma lipoaspiração, por exemplo. Vale lembrar também que o corte horizontal, feito na região entre a linha do púbis e o umbigo. deixa uma cicatriz aparente. Mulheres que ainda pretendem engravidar devem adiar a abdominoplastia até o momento em que a família já esteja completa: o ganho de peso natural da gestação pode comprometer o resultado da cirurgia

LIPOASPIRAÇÃO

E a cirurgia plástica que oferece mais riscos. Isso ocorre porque, além de ser a mais frequente no país, é a mais comumente realizada por médicos sem especialização. “Esse procedimento não é indicado a quem quer emagrecer, já que a gordura retirada nunca deve ultrapassar 7% do peso corporal do paciente’, diz Aboudib. O ideal é que a pessoa esteja no peso que deseja manter e se valha da lipoaspiração apenas para eliminar aquelas dobrinhas ou saliências que resistem: à dieta e ao exercício.

Beleza com cautela

De acordo com um levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, preenchimentos, aplicações de toxina botulínica e peelings são os procedimentos estéticos não cirúrgicos mais comuns no país. A seguir, especialistas comentam os cuidados que cada um deles exige:

PREENCHIMENTO
Capaz de dar volume a áreas como o sulco nasal e o contorno dos lábios ou mesmo de disfarçar olheiras, o ácido hialurônico é a substância mais usada no Brasil com essa finalidade. É também a mais segura, desde que aplicada por um profissional capacitado O que pode dar errado: “Se um vaso sanguíneo for atingido durante a apliCação, haverá grande risco de necrose”, diz a médica Denise Steiner, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia. A especialista também alerta para o uso indiscriminado do polimetilmetacrilato (PMMA), um preenchedor definitivo cujo uso para fins estéticos é contraindicado. Por ser um composto acrílico, ele pode provocar sérias inflamações na região em que é aplicado e causar deformações na face. “Ao contrário do ácido hialurônico, que, além de perder a eficácia após um ano, pode ter sua absorção acelerada, o PMMA é definitivo. E, como se mistura ao tecido, nenhum procedimento cirúrgico é capaz de removê-lo por completo”, diz Denise

TOXINA BOTULÍNICA

A toxina costuma ser aplicada na região dos olhos, da boca e do pescoço, para paralisar determinados músculos e, assim, atenuar rugas O que pode dar errado: dependendo do local e da quantidade aplicada, a toxina pode causar uma elevação exagerada do supercílio, deixar a pálpebra caída ou a boca torta. Nesses casos, não há o que fazer, a não ser esperar o efeito passar, em um prazo que vai de dois a seis meses. Ou seja: tenha certeza de que é um médico, com conhecimento de anatomia, quem está fazendo a aplicação

PEELLING

O peeling pode ser químico (quando substâncias como ácido retinoico, salicílico ou tricloroacético são usadas para descamar a pele) ou mecânico (quando a primeira esfoliação é feita a partir de uma ponteira com microcristais) O que pode dar errado: dependendo da concentração do ácido ou da potência do aparelho que lixa a pele, o peeling pode deixar cicatrizes, manchas ou levar à perda de pigmentação da pele. Se o paciente nunca fez um peeling, portanto, o certo é “pegar leve” nas primeiras sessões, até que se conheça bem sua tolerância e capacidade de adaptação ao método escolhido’

Por um fio

No que consiste o método: com à ajuda de uma cânula, o cirurgião faz um pequeno furo no couro cabeludo do paciente. A partir dele, insere fios cirúrgicos que, sob a pele, são direcionados até a região que se deseja esticar. Ganchos instalados em uma das pontas ajudam a fixar os fios Porque alguns médicos o criticam: presos ao tecido, os fios não resistem a um penodo superior a seis meses, quando começam a ceder

Número de cirurgias plásticas entre adolescentes aumenta 141% em 4 anos

By Notícias

O número de cirurgias plásticas em adolescentes entre 14 e 18 anos mais do que dobrou em quatro anos – saltou de 37.740 procedimentos em 2008 para 91.100 em 2012 (141% a mais), segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

No mesmo período, o número total de plásticas em adultos subiu 38,6% (saindo de 591.260 para 819.900 procedimentos) – o que significa que as cirurgias no público jovem cresceram em um ritmo 3,5 vezes maior. Além de estar num crescimento acelerado, a participação de jovens no total de cirurgias (911 mil procedimentos), também cresceu: saltou de 6% em 2008 para 10% em 2012.

O Brasil é o segundo País do mundo em número de cirurgias plásticas – fica atrás apenas dos Estados Unidos. A lipoaspiração é a cirurgia mais feita (foram 211 mil procedimentos só em 2011), seguida do implante de silicone nas mamas. A regra vale tanto para adultos quanto para adolescentes. Nos meninos, os procedimentos mais procurados são a ginecomastia (redução das mamas que crescem demais) e a cirurgia para corrigir a orelha de abano.

Segundo dados da SBCP, nessa época do ano – inverno associado às férias escolares – a procura pelas cirurgias aumenta em média 60%. “Isso acontece porque o frio torna o pós-operatório mais confortável, favorecendo a recuperação mais rápida. Além disso, é recomendado não tomar sol após a cirurgia para evitar manchas”, diz o cirurgião Gustavo Tilmann.

Epitacio Pessoa / Estadão A adolescente Caroline Comunian colocou silicone

Epitacio Pessoa / Estadão
A adolescente Caroline Comunian colocou silicone

De acordo com o cirurgião José Horácio Aboudib, presidente da SBCP, não existe uma norma que defina qual a idade mínima para se submeter à cirurgia plástica. “Não há idade mínima, cada caso tem de ser avaliado separadamente. A idade não é o mais importante. O mais importante é avaliar a evolução física do paciente”, diz.

Maturação. Segundo Aboudib, há adolescentes com 14 anos que já possuem corpo biológico de adulto. “O que temos de avaliar é o nível de crescimento e maturação de cada um. Na menina, em geral isso acontece dois a três anos depois da primeira menstruação. No menino é mais difícil definir o início da puberdade, por isso é preciso avaliar cada caso.”

Para Maurício de Souza Lima, médico hebiatra (especializado no atendimento de adolescentes) do Hospital Sírio-Libanês, a decisão de fazer plástica na adolescência é polêmica.

“Nessa idade, os jovens estão em fase de transformação, mas na maioria das vezes ainda não é hora de mudar. Tem jovens que preferem uma cirurgia em vez de uma festa de 15 anos. É um exagero”, avalia. “O adolescente é muito imediatista e isso inclui a ansiedade por mudanças no corpo”, diz.

Fonte: O Estado de S.Paulo